Apresentação
O projeto “Somos Diversas – Processos comunicacionais e estratégicos sobre a deficiência em universidades brasileiras” investiga como a deficiência e a acessibilidade são percebidas nas universidades brasileiras.
Envolvendo seis instituições de ensino superior de quatro regiões brasileiras, busca desenvolver ações de mobilização e engajamento, promover a acessibilidade comunicacional e formar comunidades universitárias mais inclusivas, pois temos como premissa que a inclusão depende da ação de todos.
Focamos em pesquisar e desenvolver ações que subsidiem políticas de acesso, permanência e sucesso acadêmico das pessoas com deficiência. Isso inclui pensar a comunicação pública como motor para a mobilização e formação contínua de profissionais para lidar com pessoas com deficiência que sejam parte da comunidade universitária.
Este projeto amplia uma iniciativa piloto realizada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o apoio do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da instituição. O piloto revelou, em relação à comunidade universitária: (1) pouco conhecimento sobre os direitos das pessoas com deficiência e acessibilidade; (2) presença de atitudes capacitistas; e (3) falta de motivação dos professores para adaptar atividades didáticas de forma acessível.
Com base na iniciativa piloto, partimos de duas hipóteses para este projeto: (1) o desinteresse pela inclusão vem da visão da deficiência comoum problema individual, que deve ser resolvido pela própria pessoa ou pela universidade, alinhada ao modelo biomédico da deficiência; (2) a falta de envolvimento é um problema de comunicação, pois a comunicação atual não cria novos entendimentos sobre a deficiência, coletiviza as questões ou gera responsabilidade e pertencimento.
A partir disso, nosso objetivo no “Somos Diversas” é desenvolver processos que mobilizem as comunidades universitárias em relação à deficiência, focando em quatro eixos: diagnóstico, mobilização, formação e acessibilidade.
Primeiro, buscamos entender como diferentes públicos universitários lidam com a deficiência e a acessibilidade em suas rotinas. Depois, identificaremos elementos que promovam coletivização, vinculação e identificação para desenvolver estratégias comunicacionais de engajamento. Paralelamente, elaboraremos protocolos e guias de acessibilidade para aprimorar o uso de aplicativos, sites e instrumentos didáticos em sala de aula. Além disso, divulgamos permanentemente as ações de pesquisa por meio do Somos Diversas: Observatório de Linguagem e Inclusão.
No desenvolvimento dessas ações, contamos com a expertise das seguintes universidades: UFMG, UFPB, UFPA, UFMT e UFSJ, visando criar um ambiente universitário mais inclusivo e participativo em todo o Brasil.
Equipe
Coordenadoras
Flávia Mayer
Professora Adjunta do Departamento de Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba, em que coordena o projeto de pesquisa Acessibilidade em produções audiovisuais e no cinema: análise e desenvolvimento de protocolos para a audiodescrição, e o projeto de extensão Oficinas de Projetos Audiovisuais: Democratização da Produção. É doutora em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2016), com estágio doutoral bolsa CAPES/Fulbright na Case Western Reserve University (2014-2015, EUA), e mestre em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUC Minas (2012). Bacharel em Jornalismo (2008) e em Relações Públicas (2009), ambos pela UFMG, realizou estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUC Minas (2016-2017) e também no Programa de Pós-Graduação em Linguística na UFMG (2017-2018, 2018-2019). Suas pesquisas apresentam ênfase nas áreas de cinema, audiovisual e acessibilidade, produção cinematográfica, audiodescrição e semiótica.
Regiane Lucas de Oliveira Garcêz
Professora Adjunta do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), doutora, mestre e jornalista pela mesma universidade. Integrante do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG. Coordenadora do Aurora – Grupo de Pesquisa em Comunicação, Organizações e Lutas Sociais e do Projeto Somos Diversas. Dedica-se a pesquisas que envolvem, de forma geral, a interface entre mídia, lutas por reconhecimento, representação política, esfera pública, ativismo e movimentos sociais. De maneira mais específica, se interessa pelos processos comunicativos que envolvem a temática das pessoas surdas e com deficiência seja no espaço dos movimentos sociais, das organizações, das redes sociais e das arenas públicas. Possui interesse também em ações e estudos que envolvam a temática da acessibilidade nos meios de comunicação.
Pâmela Guimarães da Silva
Pesquisadora em nível pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais, atuando no projeto “Diversa: Processos Comunicacionais e Estratégicos sobre Deficiência nas Universidades”, como bolsista Capes. Professora Adjunta nos cursos de especialização em Comunicação, Diversidade e Inclusão nas Organizações e Gestão, Diversidade e Inclusão nas Organizações no IEC da PUC Minas. Foi professora substituta na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre 07/2021 e 07/2023. Mestra e doutora no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais, dentro da linha de “Processos Comunicativos e Práticas Sociais” (CAPES 6). Pós-graduada em Marketing e Branding pelo Centro Universitário União das Américas Descomplica e em Docência do Ensino Superior e Metodologias Ativas de Aprendizado pela mesma instituição. Graduada em Publicidade e Propaganda pela Faculdade Estácio Ensino Superior (2012). Servidora pública estadual efetiva, atuando na Diretoria de Políticas de Promoção à Cidadania e Educação em Direitos Humanos, na Secretaria de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (SEDESE), Subsecretaria de Direitos Humanos (SUBDH).Pesquisa, leciona, orienta e publica trabalhos que compreendem as matrizes do pensamento feminista negro e epistemologias que abordem a interseccionalidade. Integra o grupo de pesquisa LIDD (Laboratório de Identidades Digitais e Diversidade), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Pesquisadoras parceiras
Suzana Cunha Lopes
Doutora em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizando estágio no Dipartimento di Lingue, Letterature e Culture Moderne da Università di Bologna, Itália, por meio do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE/CAPES). Mestre em Ciências da Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCOM) e graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela UFPA. É professora permanente do Programa de Pós-Graduação Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino Superior (PPGCIMES), do Núcleo de Inovação e Tecnologias Aplicadas a Ensino e Extensão (NITAE), da UFPA. Coordena o Grupo de Pesquisa em Metodologias Criativas e Inventivas (GCRIA) e integra o Grupo de Pesquisa em Ensino, Tecnologias e Competências (GETeC2). Áreas de interesse: teorias e epistemologias da Comunicação, comunicação da ciência, metodologias de pesquisa e de ensino-aprendizagem, políticas de ensino superior, diversidade, inclusão e acessibilidade.
Miriam Hermeto
Doutora em História (2010), mestre em Educação (2002), licenciada (1997) e bacharel em História (1994), realizou toda a formação superior na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora Associada do Departamento de História e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em História (linha de pesquisa História e Culturas Políticas) da FAFICH/UFMG. Coordenadora do Laboratório de História do Tempo Presente (LHTP) da FAFICH/UFMG. Tem atuado na fronteira entre duas áreas de pesquisa: a história do Brasil contemporâneo, especialmente ditadura militar e transição democrática, e o ensino da História, com abordagens que transitam entre a história cultural do político, a história pública e a história da memória.
Leylianne Alves Vieira
Jornalista pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB) e doutora também em Comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora do curso de Jornalismo na Universidade Federal de Rondônia (Unir), na área de Comunicação Visual.
Tamires Ferreira Coêlho
Docente do Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Vice Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Poder (UFMT). Doutora em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFMG, com bolsa da CAPES e estágio doutoral (sanduíche) no CELSA (Escola de altos Estudos em Ciências da Informação e da Comunicação), Universidade Paris-Sorbonne. Mestre em Ciências da Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Jornalista graduada pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), coordena o Pauta Gênero – Observatório de Comunicação e Desigualdades de Gênero, é líder do Grupo CICLO/UFMT (Grupo de Pesquisa em Comunicação, Política e Cidadania), além de integrante do Grupo de Pesquisa Processos Comunicacionais: epistemologia, midiatização, mediações e recepção – PROCESSOCOM (CNPq/CAPES/UNISINOS) e da Rede Temática de cooperação, comunicação, cidadania, educação e integração da América Latina (Rede AmLat).
Estudantes
Marcos Antonio Fernandes Veloso
Natural de João Pessoa, na Paraíba. Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba (PPGC-UFPB), obteve o título de bacharel em Radialismo pela mesma instituição. Desde o ano de 2018, trabalha como técnico de som direto, editor de som e desenhista sonoro para produções audiovisuais, tendo participação em projetos premiados como os curtas-metragens Regresso: ou alguma coisa que criamos sobre nós (2021) e Jacu (2024), como também a minissérie televisiva e longa-metragem O sumiço de Santo Antônio (2022). Atualmente exerce o cargo de operador de áudio na Rádio Tabajara, integrante da Empresa Paraibana De Comunicação.
Apaixonado pelo universo sonoro desde o ensino médio técnico em eletrônica, navegou nas ondas sonoras a partir da construção de equipamentos de som ainda no ensino médio, nascendo ali sua primeira experiência com o som. Na graduação, conheceu e participou do projeto de iniciação científica “Acessibilidade em produções audiovisuais e no cinema: análise e desenvolvimento de protocolos para a audiodescrição”, no qual aprimorou seus conhecimentos sobre acessibilidade sonora para o público com deficiência visual, pensando assim o som como um elemento mediador da experiência fílmica desse público e refletindo os trabalhos técnicos e estilísticos do responsável pelo som do filme. Na mesma linha, o pesquisador e realizador audiovisual continua a desenvolver no mestrado a pesquisa que vinha desenvolvendo ao longo da graduação, agora, com mais robustez e ampliando os horizontes para o campo da produção audiovisual, ou seja, da pré-produção até a pós-produção fílmica.
João Augusto Faustino
Entrei na graduação em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, na Universidade Federal de de Minas Gerais(UFMG), em 2021. Desde de 2022 acompanho minha orientadora de TCC em suas múltiplas atuações como pesquisadora, ora na frente dos estudos de política e corpos, ora nos meandros epistêmicos de acessibilidade e inclusão. Ao longo desses pouco mais de 3 anos de graduação e 2 anos como integrante de grupos de pesquisa/ discussões, fui reconfigurando minhas afinidades e aptidões ´para com o campo da comunicação, visto que ingressei no curso alçado na perspectiva do jornalismo televisivo esportivo, e hoje vejo minhas possíveis contribuições ao campo da pesquisa sob maior poder valorativo.
Rúbia Layane Eduardo Coelho
Uma estudante de jornalismo prestes a concluir sua jornada acadêmica. Apaixonada por comunicação e telejornalismo. Em 2023, atuei como bolsista no projeto “Processos Comunicacionais e Estratégicos sobre a Deficiência na UFMG”, sobre a coordenação da Professora Regiane Lucas de Oliveira Garcez, participando ativamente do levantamento de dados acerca da mobilização e engajamento da comunidade acadêmica em processos inclusivos. Hoje, orgulhosamente integro o Projeto Somos diversas.
Parcerias
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Na UFPB, contamos com a infraestrutura do Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA) e em particular da estrutura do Programa de Pós-graduação em Comunicação e do curso de Cinema e Audiovisual, com laboratórios de Edição de Vídeo, Fotografia, Produção e Som.
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Na UFMG, utilizamos as estruturas dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação Social, História e Ciências da Reabilitação. Além disso, contamos com a parceria do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI).
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Na UFMT, contamos com a estrutura do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, e em particular com o Grupo de Pesquisa em Comunicação, Política e Cidadania (CICLO/UFMT).
Universidade Federal do Pará (UFPA)
Na UFPA, contamos com o Núcleo de Inovação e Tecnologias Aplicadas ao Ensino e Extensão (NITAE²) e com o Programa de Pós-Graduação em Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino Superior (PPGCIMES). Além disso, a Coordenadoria de Acessibilidade e a Assessoria de Diversidade e Inclusão também disponibilizam recursos humanos e materiais para o projeto.
Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ)
Na UFSJ, utilizamos a infraestrutura do Departamento de Letras, Artes e Cultura (DELAC) e uma sala de recursos dedicada a atender estudantes com deficiência.
Toda essa estrutura está acessível a todos os participantes do projeto, garantindo um ambiente inclusivo e preparado para atender às necessidades de pessoas com deficiência.